sexta-feira, 2 de março de 2012

Quando a vida nos escapa.


 Por situações que nem sempre se tem controle, muitas vezes não vivemos o aqui e agora. Simplesmente não se sente. Não se experimenta. O momento vivido nos escapa. O corpo está num lugar. A mente, noutro.
As pessoas mais felizes são aquelas que se ocupam do que realmente estão fazendo. São aquelas que não permitem que a realidade escape em função de uma outra possibilidade que apenas vislumbram.
Costumo brincar que não há nada pior que comer algo pensando noutro prato, noutro gosto. Acho que você sabe o que é isso. Você está diante de uma pizza deliciosa, mas deseja uma picanha na chapa. Não tem jeito… Por melhor que a massa esteja, não será devidamente saboreada.
Tem gente que vive assim. Vive, mas não vive. Afinal, que graça tem estar mas não estar? Tocar mas não sentir? Ouvir mas não escutar?
É verdade que nem sempre é possível. Às vezes as preocupações nos consomem. Entretanto, tem gente que simplesmente ignora o que tem e passa os dias vislumbrando o que não tem.
A pessoa está em casa, cercado da família, mas está com a cabeça noutro lugar. Passa o dia ali, mas não repara o que acontece – muito menos vive aquele momento.
Não percebe o movimento dos filhos, o sorriso da esposa, o toque roubado do namorado, a piada do amigo…
Tem aqueles que são capazes de ir pra cama com alguém idealizando outra pessoa, outra transa.
Tudo bem… Cada um vive como bem quer. No entanto, tenho aprendido que a vida é curta demais para deixarmos que se esvazie por projeções de um mundo irreal e não tocável. 

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