sexta-feira, 15 de maio de 2009

O filósofo e o canoeiro.

Conta-se que um filósofo, ao atravessar largo rio numa canoa, perguntou ao canoeiro se ele entendia de astronomia.
- Não, senhor! Respondeu o trabalhador. Em toda minha vida nunca ouvi falar nesse nome.
E o sábio replicou:
"Sinto muito que você haja desperdiçado a quarta parte de sua vida."
- Você sabe alguma coisa de matemática?
O pobre homem sorriu, meneou a cabeça, e lhe respondeu:
- Não!
Então, o sábio tornou a dizer:
- Lamentavelmente, você perdeu outra quarta parte de sua vida, meu amigo.
Logo em seguida, perguntou pela terceira vez:
- Sabe algo sobre Geologia?
- Não, nunca fui à escola - replicou o canoeiro.
- Bem, amigo, quase toda a sua vida foi mal empregada.
No mesmo momento em que se dava a conversa, a canoa bateu numa pedra, e, enquanto o canoeiro tirava a jaqueta para nadar até a margem do rio, perguntou ao filósofo:
- O senhor sabe nadar?
- Não, respondeu o sábio.
- Sinto muito, mas o senhor desperdiçou toda a sua vida com as ciências, porque a canoa, em poucos minutos, afundará.
Muitos de nós costumamos agir como o sábio, diante das pessoas que julgamos menos inteligentes que nós.
Temos que convir, entretanto, que as inteligências são variadas e relativas. Há engenheiros brilhantes que fazem cálculos complexos, e não conseguem precisar o tempo de cozimento de uma porção de arroz. E há pessoas analfabetas, ou de muito pouca cultura que fazem isso com naturalidade. Existem pilotos competentes que operam, com precisão, dezenas de botões, e põem a gigantesca nave no ar, mas ficam sem ação diante de um ferro elétrico e uma camisa para passar. Há professores brilhantes que ensinam matérias difíceis aos seus alunos, e não conseguem manejar o controle de um vídeo-game, como o fazem os jovens a quem ensinam.
Dessa forma, percebemos que há inteligências e inteligências. E cada um de nós entende sobre determinado assunto, mais, ou menos, que as outras pessoas. Assim sendo, vivamos de maneira que possamos transmitir aos outros os conhecimentos que possuímos, sem ostentação, e captar os ensinamentos dos outros, com alegria.

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